A tradição pernambucana manda que no dia da festa de casamento os noivos guardem um pedaço do bolo para comer no aniversário de um ano de matrimônio. Mas não é qualquer bolo. “Tem que ser a tradicional receita de bolo de noiva de Pernambuco”, conta a chef Ana Paiva, do bufê Ana Cozinha, especialista na receita.
O bolo é uma herança inglesa, dos tempos da colonização. “Os ingleses trouxeram a receita original. Um bolo simples de massa branca, recheado com frutas cristalizadas e uvas passas”. Com o tempo os pernambucanos fizeram adaptações. “Incluímos a ameixa e também a cobertura de glacê a base de açúcar, claras e suco de limão”. Hoje, de tanto que se popularizou, cada casa tem sua receita de bolo de noiva. “Há quem coloque mais ameixa, menos uva passa, mas a tradição se mantém.
A chef conta que a receita é tão tradicional no estado que não há casamento sem o tal bolo. “O bolo de noiva é o ponto alto das festas de casamento e todo casal guarda para cumprir a tradição. Há quem faça bolos de três ou quatro andares e guarde grandes quantidades para as bodas de um ano”.
Geralmente a iguaria é embalada em plástico filme e congelada. Mas estraga? Ana garante que não. “Fica até mais saboroso depois de um ano”, brinca a chef que chega a vender cerca de 20 unidades da receita por mês.
E não é só de casamento que vive o bolo de noiva. “As pessoas aqui gostam tanto que já virou sinônimo de festa. Batizados, primeira comunhão, Natal e ano-novo, qualquer ocasião especial é motivo para servir o bolo”. Há até famílias tradicionais que servem no almoço de domingo.