São Paulo recebe chef premiado para apresentar gastronomia do Equador

GIULIA MORETTI

Colaboração para o UOL

Brasil e Equador são próximos no mapa geográfico. Mas, digamos, que não são vizinhos daqueles tão íntimos. Pouco se sabe da história do pequeno país por essas bandas. O mesmo pensamento vale para a cozinha: quais são os sabores típicos equatorianos?

Para desvendar esse mistério e aproximar tal cultura culinária aos brasileiros, São Paulo recebe, um evento inédito: o 1º Festival Gastronômico do Equador.

 

O evento está em cartaz de 29 de setembro a 1º de outubro, durante o jantar do restaurante Tarsila, no Hotel Intercontinental, no bairro de Cerqueira César.

Para tanto, desembarca na capital paulista para comandar a cozinha o chef Santiago Chamorro,um dos grandes nomes da gastronomia equatoriana. Aos 34 anos, ele coleciona prêmios e é vencedor em uma das quatro categorias da edição 2011 do prêmio que é considerado o Oscar dos livros de gastronomia – o "Gourmand World Cookbook Awards".

No menu (veja abaixo), nada de comida típica. Sim, os sabores emblemáticos do país estarão lá, mas aproveitados ao estilo do chef: a cozinha de autor. Traduzindo, ele é um chef que prioriza a culinária focada no produto e baseado nisso, trabalha os ingredientes equatorianos com técnicas modernas no preparo. E, quase sempre, ainda usa artifícios da gastronomia vanguarda, vertente disseminada no mundo pelo catalão Ferran Adrià e sua trupe de criativos chefs espanhóis.

Assim, os pescados, frutas e pimentas, muito comuns por lá, entram no cardápio com um trio de ceviches: o tradicional feito com linguado, um com polvo, groselha, physalis e gengibre e o de camarões com manda e taxo -fruta típica que se assemelha ao tamarindo. "Fazer um ceviche em casa não tem segredo: você precisa apenas de um bom pescado ou fruto do mar e de uma base ácida, tradicionalmente, representada pelo limão. Mas, os brasileiros têm muitas frutas que podem fazer esse papel", dá a dica o chef.

Outro ingrediente símbolo do Equador que figura no menu, e em traje gastronômico, é a cevada. Segundo o chef, que no evento prepara o risoto de cevada com coelho e funghi, esse é um ingrediente de potencial gourmet incrível e muitas vezes, é só encarado como só um ingrediente nutritivo. "Tanto a cevada quanto a quinua -e quase todos os cereais- podem ser muito bem aproveitados na gastronomia. Dá para fazer de saladas e sopas à pães e até sobremesas", comenta Santiago.

Uma das receitas do cardápio que mostram a veia moderna do chef é a "desconstrução" do Raspado Verde. Trata-se, originalmente, de uma sopa bem típica da cozinha caseira, feita de caldo de carne, mandioca, banana verde ralada, coentro, milho e costela bovina. Todos os ingredientes são cozidos por um longo tempo até que se transformem em uma sopa levemente espessa.

Em nova roupagem, a mandioca vira um ravióli recheado com a costela desfiada. O milho é apresentado como uma mousse e a banana verde em forma crocante e é finalizada com um pesto de coentro. No festival, serão apresentadas as duas sopas para demonstrar o contraste e formas de modernizar pratos típicos.

E, mesmo com tanta fartura de peixes, as carnes também fazem parte da culinária do Equador. Para representá-las, entre as sugestões do chef é lombo de porco recheado com figos e salsa emulsionada de palmitos e o lombo bovino assado com adereço de rapadura de maracujá e canela andina.
Aqui, ele prefere deixar modernidades de lado e acredita, ainda, a melhor coisa para temperar carnes é mesmo sal e pimenta. O menu por pessoa custa R$ 98, por pessoa e está disponível somente no jantar.

Serviço
Onde: Restaurante Tarsila - Festival Gastronômico do Equador
Hotel InterContinental - Al. Santos, 1123, São Paulo, SP
Quando: De 29/09 a 01/10
Quanto: R$ 98 por pessoa. Bebidas serão cobradas à parte.
Informações e Reservas: (11) 3179-2555
www.restaurantetarsila.com.br

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