Bandas nacionais investem no mercado das bebidas

BÁRBARA STEFANELLI

Da Redação

Produzir bebidas tem tudo para virar mania nacional entre as bandas de rock. Recentemente, os grupos Nenhum de Nós e Velhas Virgens entraram no ramo das cervejas e, respectivamente, lançaram os rótulos Camila, Camila, inspirado na letra homônima, e Velhas Virgens - Indie Rockin' Beer, prevista para ser vendida comercialmente até o fim do ano.



Bastante difundida no exterior, a prática vem ganhando forças no Brasil e, nos últimos tempos, as bandas Chiclete com Banana e Sepultura e  já haviam aproveitado o nicho. Bell Marques, do Chiclete, lançou, em 2003, o vinho Chicleteiro, produzido com uvas de Mendoza, na Argentina. Os metaleiros produziram em 2010 a Sepulweiss - cerveja de aroma frutado de cravo e maçã e teor alcoólico de 4,4%.

Sem compromisso
Cansado das "pilsen aguadinhas", como diz Sady Homrich, cervejeiro e baterista do Nenhum de Nós, o quinteto gaúcho resolveu investir em uma bebida mais encorpada e original. O mesmo aconteceu com a banda de rock paulistana, segundo o vocalista Paulão de Carvalho, que também se diz "insatisfeito com as pilsen comerciais brasileiras".

A ideia da criação das duas bebidas aconteceu de forma descontraída, por meio de amigos dos grupos e que já eram donos de cervejarias. Alexandre Bazzo, proprietário da Cervejaria Bamberg, localizada em Votorantim (SP), conta que a forte amizade com o Nenhum de Nós foi o principal motivo que o levou a produzir a Camila, Camila.

"Durante uma conversa informal, eu e o Sady começamos a comparar música com cerveja. (...) A ideia surgiu com a intenção de associar as duas coisas", conta o cervejeiro da Bamberg. O baterista ainda diz que a bebida foi lançada para comemorar os 25 anos da banda.

"Depois de [Bazzo] assistir ao show de lançamento do CD "Contos de Água e Fogo", ele perguntou se seria viável homenagear os 25 anos colocando o nome de uma das nossas canções na sua cerveja. Ficamos surpresos com a homenagem e autorizamos na hora", relembra Sady.

Com o Velhas Virgens não foi muito diferente. Segundo Paulão, "a vontade de lançar uma cerveja sempre esteve em pauta". Com a ajuda de Reynaldo Fogagnolli, cervejeiro e sócio da Cervejaria Universitária, em Campinas, os integrantes conseguiram realizar o desejo e, até 2013, pretendem produzir mais dois sabores da "cerveja que harmoniza com mais cerveja", como diz o slogan.

Nova mania nacional?
Segundo Paulão, o Velhas Virgens, grupo que "fala muito de cerveja e também bebe muito nos shows", quer vender a bebida em suas apresentações, como forma de atrair e divertir o público.

O cervejeiro Alexandre Bazzo também acredita no potencial da união. "A música, somada à história da banda e à qualidade da cerveja, chama a atenção. As pessoas são atraídas pelo estilo bohemia pilsen [da Camila, Camila], que não é muito comum no Brasil, e aí rola uma boa repercussão, um boca a boca", diz.  "Acho que a iniciativa tem tudo para dar certo, pois cerveja é ligada com o rock, e o pessoal que está envolvido com o gênero procura uma coisa diferente".

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