Receita nutritiva, leve e "picante" é boa pedida para o Carnaval

ANTONIO FARINACI

Colaboração para o UOL

  • Paulo Pereira/UOL

"Substancioso e leve", assim o cozinheiro Pasquale Nigro, 65, define o prato "Pene Pérola Negra al Diavolo", que ele indica para os foliões que querem se jogar nas noites de Carnaval. Pasquale (que é também sambista, veja abaixo), recebeu o UOL Gastronomia na cozinha de seu restaurante, em São Paulo, e ensinou a fazer o prato, passo a passo.

"É perfeito para quem vai precisar de energia. Ele tem o carboidrato da massa e a proteína da panceta", explicou. "E, ainda por cima, tem um ingrediente extra, que é a pimenta calabresa, que funciona como um Viagra natural", brinca.

Segundo Pasquale, o "Pérola Negra" é o prato mais vendido hoje em seu restaurante, e ele tem dois ingredientes fundamentais: "tem que ser feito com queijo pecorino romano e com panceta, não com bacon", aconselha. Então, atenção para a dica.

"O pecorino romano é um queijo curado feito com leite de ovelha, que tem um sabor mais intenso do que o do parmesão, que é de leite de vaca. E a panceta é parecida com o bacon, mas em vez de defumada, ela é temperada com pimenta do reino e deixada para curtir, enrolada, como um embutido", explica.

Mas quem não tem pecorino e panceta pode fazer com parmesão e bacon? "Pode. Mas depois não me venha reclamar que não ficou tão bom", ri.

História no samba
Além de cozinheiro, Pasquale é também amante do Carnaval e sambista inveterado. Em 1973, participou da fundação da escola de samba Pérola Negra, e é hoje presidente da Velha Guarda da agremiação.

Dono do restaurante Pasquale, desde o final de 2001, ele é uma das figuras mais ativas do carnaval paulistano. Organiza alas da escola, participa dos ensaios e promove o "esquenta" para a ida ao sambódromo, no dia do desfile, em sua cantina.

"Hoje em dia, não concorro mais com sambas de enredo, mas já fui autor de cinco que a Pérola Negra desfilou, e compus também o hino da escola", conta orgulhoso o sambista nascido na Itália, na cidade de Minervino Murge, região de Puglia, bem no calcanhar da bota.

A família de Pasquale tem uma história de idas e vindas ao Brasil. "Meu avô era um engenheiro italiano e morou em São Paulo com a família, no começo do século 20. Meu pai nasceu aqui, nos Campos Elíseos. Mas, em 1907, eles voltaram para a Itália". Logo após a Segunda Guerra, no entanto, o pai de Pasquale, que também era engenheiro, resolveu vir tentar a vida no Brasil com a mulher, e voltou para cá. Pasquale tinha então 6 anos.

No Brasil, o amor pelo Carnaval pegou também o irmão de Pasquale, Mario, com quem, em 1979, ele participou da fundação de outra escola, a Mocidade São Miguel, no Guarujá.

Este ano, a escola, que já foi campeã nove vezes do carnaval guarujaense, apresentará um enredo inspirado na gastronomia. Pasquale avisa que fará jornada dupla, no Sambódromo paulistano, com o Pérola Negra, e na passarela do samba da cidade litorânea, com o São Miguel. "Como fala de comida, vou ter que dar um jeito de ir pra lá também, né?", avisa o folião. E haja animação.

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