"Estou mais preocupado em fazer uma comida simples", diz Claude Troisgros

CLAUDIA LIMA

Enviada ao Rio de Janeiro

  • Divulgação/Alexandre Campbell

    O chef Claude Troigros e a escritora Paula Gicovate no programa "Que Marravilha!"

    O chef Claude Troigros e a escritora Paula Gicovate no programa "Que Marravilha!"

Claude Troisgros na cozinha de sua casa. Depois de uma temporada de quase 4 anos à frente do "Menu Confiança", programa que comandava no canal GNT, o chef meio francês, meio carioca e meio italiano aposta agora num reality show culinário, no qual ensina pessoas comuns a aperfeiçoarem seus dotes na cozinha.

Apaixonado pelo Rio de Janeiro, Troisgros recebeu a reportagem de UOL Receitas e Restaurantes às vesperas da estreia de seu novo programa "Que Marravilha" e conta que agora, quer simplificar a gastronomia.

UOL - Qual foi o desafio de criar um novo programa voltado à gastronomia num momento em que a TV brasileira já têm várias atrações do gênero?
Claude Troisgros - Acho que o estilo do programa é mais leve que os anteriores. Ele tem sim, mais cara de reality show, de novela. As pessoas se inscrevem pelo site do canal e a produção escolhe os candidatos. Eu só conheço a pessoa na hora da gravação.

E como são escolhidos os personagens?
Estamos sempre atentos à história das pessoas. Nesta primeira temporada, teremos um casal – ele carnívoro e ela vegetariana –, uma garota que quer cozinhar algo para a irmã além de macarrão, outra, que sonha em cozinhar para o marido – e ainda nem tem um namorado – e um marido que quer satisfazer o desejo da esposa grávida.

Quais foram as dificuldades na hora de gravar fora da sua cozinha? Alguma coisa chegou a dar errado?
Não, nada deu errado. E na verdade, não fui eu que senti a dificuldade e sim a pessoa, que estava ali, sozinha, fazendo algo pela primeira vez. Mas claro que algumas vezes o espaço e principalmente o calor incomodaram um pouco. Em alguns casos, quando a pessoa não tinha todos os equipamentos, até levamos alguma coisa, mas no geral foi tranquilo.

E como é para você simplificar o modo de trabalhar?
Sempre fui ligado à alta gastronomia, com a obrigação de fazer o melhor possível. Agora estou tentando fazer algo mais simples. E posso dizer que com este programa estou aprendendo tanto quanto em todos esses anos de gastronomia. Hoje, estou mais preocupado em fazer uma comida simples com algum toque de sofisticação. Percebi que as pessoas estão mais interessadas nos detalhes e estou adorando isso.

Quando você está em casa, geralmente cozinha?
Durante a semana, eu quase nunca como em casa. Mas nos fins de semana gosto de cozinhar para a família e os amigos. O cardápio é quase sempre saladas, massas, grelhados, nhoque... Nessas horas, minha parte italiana fala mais alto, já que é uma cozinha mais fácil de fazer, tudo fica pronto em poucos minutos.

Vocês já têm 13 episódios gravados. Todos os episódios foram gravados no Rio? A ideia é expandir para outras capitais na segunda temporada?
Gravamos os episódios no Rio, Itaipava, Angra dos Reis, Belo Horizonte e Tubarão, em Santa Catarina. Mas a ideia é, depois disso, partir para outras locações.

Como você vê este boom da gastronomia no Brasil? Acha que isso é só uma febre ou veio para ficar?
O Brasil está vivendo o mesmo momento que a França viveu na década de 70. A gastronomia e mercado de vinhos estão crescendo no Brasil e eu acho perfeitamente normal que isso continue, já que o país tem mão de obra e produtos extraordinários.

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